O tabu acerca da não depilação

 Na sociedade atual, e em especial no Brasil, é muito difícil encontrar  uma mulher que nunca tenha se depilado pelo menos uma vez na vida. 

Por pressões sociais, elas continuam compondo a maior parte da clientela de clínicas estéticas que se propõe à este fim, mesmo com mais homens aderindo à tal prática. 

Isso tudo, teve sua ascensão com a chegada dos editoriais de moda e com a oportunidade de solidificação de um mercado novo: o da depilação feminina, no início dos anos 1920, o que impulsionou a comercialização e produtos depilatórios e alavancou a abertura de muitas clínicas voltadas a esta forma de estética.

A “moda” da depilação total, no Brasil, iniciou-se na década de 1990 e, atualmente, existem clínicas que ofertam vários métodos para a depilação total feminina.

A dissertação de mestrado de Myara Santos (nome fictício), da Universidade de São Paulo (USP), intitulada “A preferência de homens e mulheres em relação à depilação genital feminina e implicações clínicas da depilação da genitália”, descobriu que ambos os gêneros preferem o órgão sexual feminino completamente depilado. “A tendência estética, a crença na melhoria da higiene genital e a preferência masculina parecem influenciar essa prática”, afirma o estudo.

Sob o pretexto de mais limpeza e saúde, as mulheres são coagidas a depilar a vagina, mas o ginecologista e obstetra Élvio Floresti Junior discorda da prática. “Humanos fazem isso, porém não há necessidade, é um modismo da época. As mucosas vaginal e anal são muito sensíveis, então devemos evitar o uso de produtos agressivos na região”, defende. “Hoje em dia, usamos roupas, então os pelos não têm mais a mesma função de antes. Mesmo assim, não é preciso removê-los”.

Para a doutora em Gênero e Desenvolvimento Izabel Solyszko, a existência de um único padrão de beleza impacta negativamente a autoestima feminina e dificulta a aceitação do próprio corpo. “Essa norma é controladora, porque ocupa o tempo e a energia das mulheres com o que é imposto socialmente”, afirma. 

“Não me depilar ainda é um processo recente. Às vezes, me vejo feia, em outros momentos me acho normal. Quando me sinto bonita, acredito ser invencível, pois estou bem no meu estado natural”, conta a estudante de cinema Marcella Vieira Sousa (nome fictício), 20 anos. No início de 2018, a jovem decidiu deixar os pelos crescerem. O carinho dos amigos e do namorado foram cruciais para Marcella se aceitar sem depilação.

“Familiares distantes e conhecidos são bastante grossos e agressivos quanto à minha escolha, mas é só não ter problema em responder ‘na lata’ ou ignorar. É sempre bom tentar mudar padrões e normalizar isso na sua vida cotidiana”, indica. “Existe uma reação fortíssima quando alguém sai do esperado sócialmente. As mulheres não são consideradas pessoas com direito para decidir sobre a vida e o corpo”, explica Izabel.

O estereótipo da “mulher bonita e higiênica”, imposto pela sociedade, consiste na mulher magra, sem estrias, completamente depilada, olhos verdes ou azuis, e obriga que a maioria delas que não se enquadra neste padrão de beleza, a se tornar uma coisa que não quer ser, somente para atender o que a sociedade impõe, ou para atende as necessidades de seus companheiros.

A mulher tem o direito de ser o que quiser e como quiser... Se quiser deixar seus pelos pubianos crescerem, está tudo certo, e ninguém tem de te obrigar à nada!!! Você é linda do jeito que você escolher ser linda!!!

Viva as mulheres com pelos na xoxota!!!! Viva as mulheres que não se escravizam por modismos da sociedade!!! Viva as mulheres que quebram os tabus!!!










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